30 de maio de 2007

wish maija louekari fabric's design's







o primeiro ano do percurso académico passou a esfarrapar calças nas bordas de passeios, quando os havia, e a experimentar a concentração às vezes inimaginável que requer desenhar. imergimos na cidade como em nenhum outro momento e esforçámo-nos por corresponder não só à sua caracterização imediata mas também a uma caracterização impressiva. também havia os de interior, muitos com modelo nu. já não sei os que preferia se os de interior com modelo nu, estático e concentrado, ou de exterior, com cidade viva e em movimento. mas, vivo na memória, estão as mãos enregeladas que acompanharam o desenho de árvores em pleno inverno, na escuridão de um entardecer antecipado e, os fins de semana a percorrer para trás e para a frente o percurso definido na procura de ângulos, momentos, perspectivas... hei-de procurá-los...
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já deliro com esta perspicácia instrumental, porque o usa de facto como ferramenta e já faz dele uma orquestra que já nos emoldura o branco de algumas paredes. mas os desenhos de maria antónia siza (1940-1973), sua companheira até 1973, ano da sua morte apenas com 33 anos (sempre os 33), é que me encheram as medidas numa exposição na cooperativa árvore. ficam estes 3 desenhos dela, publicados no livro aquando da exposição, sendo o último um retrato do marido, o arquitecto álvaro siza.
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por isto ou por nada disto acrescento à minha wish list (ainda só em forma de post) o tecido que maija louekari desenhou para a marimekko. e acrescento que desenhar devia ser como escrever, praticar para toda a vida. nunca se devia abandonar porque com a letra mais ou menos bonita ou mais ou menos direita todos conseguimos comunicar pela escrita (ou quase todos). já pelo desenho a maior parte abandona-o logo na infância. e é na infância que antes das letras mais comunicamos com desenhos (e por isso é que este derrete qualquer um). pena a turbulência da adolescência fazer muitos abandonarem e posteriormente se envergonharem dos seus próprios traços.
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adenda: entre desenho e dança. entre fazer passear as linhas e fazer passear partes do corpo. lembrei-me dos de contorno, sem levantar a caneta e conseguindo acertar as proporções sem correcções. e, lembrei-me dos movimentos em dança sem deixar de tocar no chão e sentir o corpo entregar-se às leis da física isto sem estar "morto". não é fácil tornar fácil.

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eu vista por mim

eu vista por mim
novembro1982