27 de junho de 2019

nos genes



trazem caraterísticas que transportam. há lá apetências inatas ou então não sabemos descodificar este botão acionado. inato. 

25 de junho de 2019

we call home


estamos quase lá. sem encargos e sem fardos. sem obrigações, sem contemplações. a casa dos primos. sem piscina, sem jardim, 



oito no ponto de biscoito


fazemos sempre muita festa. prolongamos a festa. repetimos a festa. no parque, na escola, em casa, nas garagens da tradição. criamos a tradição dos legos da festa e dos animais em festa. 

23 de junho de 2019

oito, ponto de biscoito



minha abelhinha doce e de zumbido fácil. sorris para a vida. és meloso e por vezes muito melodioso. és um brother que se importa com os seus "others". provocador nato. perspicaz inato. és o nosso novo pincha cheio de energia. és o nosso foguete direcionado, focado, objetivo. és tão desafiador quanto auto desafiado inato. até parece que herdaste uma costela que até sei de onde. treinas, treinas-te, focas-te. impões-te objetivos. melhoras-te. nivelas-te. encaixas-te. gostas dos patamares. gostas de te superar. de subir degraus qualquer que seja a área. ensaias remates e fintas, decalcas desenhos e sobes o nível arriscando desenhos por observação sem decalque, fazes rodas e pinos e queres avançar para mortais, pedes contas no supermatik e nos jogos de matemática que a mãe instala nos gadgets e que ficam abandonados. sabes os degraus que queres subir, os que podes ainda subir, os degraus que já subiste sem esforço e os que não vale a pena investir. já lá estás. oito anos. 

22 de junho de 2019

a tua festa é no parque



como os ciganos a prolongar-se aqui, ali, acolá. com estes e com aqueles e os outros. em casa, no campo, a sobrepor-se à noite de s.joão.  nasceste assim a estender a festa. a fazer a festa. a animar a festa.

21 de junho de 2019

breadwinner


muito para além dos filmes correntes das salas de cinema e que o poderoso marketing nos impõe, impinge e nos cerca, perco algumas vezes, o tempo que foge entre os dedos, a ir além. além do que nos chega fácil. não precisa ser atual. precisa de encaixar nos muitos parâmetros que fui mentalmente construindo. eles preferem os ligeiros, leves, ou de violência transparente, com os bons e os maus definidos e pouco profundos de exploração emocional. apesar disso qualquer karaté kid se tornou concensual. para além disso o melhor está muitas vezes para além do primeiro clique e praticamente nunca no primeiro piscar de olhos. como o tempo é acelerado guardei o breadwinner nos favoritos porque assim de relance "cheirou-me" encaixar no que está para além do básico. explico-lhes por vezes que os produtos com marketing mais forte são na grande maioria das vezes os de menos qualidade, se há necessidade de investir num produto é, para mim, porque ele tem pouco sumo na sua pureza. nos alimentos fica fácil mostrar-lhes, uma maçã, uma macieira tem a natureza por trás por isso não usa marketing para ser consumida. já os cereais mais recheados de açúcar, os que mais pobreza terão na sua produção, consomem bastante do seu valor em estratégias de venda. a menina que virou menino ganha-pão da família mostrou ser o que estava à espera. ótimos cenários, ótima imagem, ótima história, ótima oportunidade para crianças ocidentais verem para além das suas rotinas. é para maiores de treze anos mas fico muitas vezes na dúvida como os pratos da balança se baralham quando os desenhos animados estão recheados de violência gratuita. 

19 de junho de 2019

três ao cubo


finais de dia colado em mimo a condicionar o olfato de qualquer familiar próximo. vê qualquer desenho animado mesmo que a mãe desanime com o desajuste a que os irmãos o expõe. assiste a teatros, espetáculos, saraus e apresentações de forma exemplar.  nas pequenas explosões caraterísticas da idade não nos acerta com estilhaços porque normalmente, mesmo sem curso superior, levamos um nível de autodidatismo que nos permite contornar as questões em paz até porque o tempo aos dois anos mede outro tempo e as frustrações contornam-se a uma velocidade acelerada. é incontornável o nível a que está exposto a açucares e coisas que não era suposto já explorar, ainda assim, não há gomas, sumos ou chupas. come, veste-se, calça-se e quase toma banho muitas vezes por sua conta. andou sem chupeta uma semana mas fizemos marcha-atrás. fala muito de cuecas mas a mãe nunca mais as compra. verbaliza tudo. discurso direto e indireto. é o nosso condicional a entrar na escola antes de dar as três voltas ao sol. cremos vá ser incondicional a sua adaptação.

14 de junho de 2019

matisse


manipuladora me confesso quando lhes ponho na frente imagens para copiar.

13 de junho de 2019

uma dezena de quilómetros serra acima serra abaixo





































mais de quatro quilómetros acima, mais de quatro quilómetros abaixo, um almoço improvisado e o posto de vigia com vista 360º. meio pão do pequeno almoço para cada um, uma banana para o pequeno, leite e umas tostas. almoçamos no restaurante da vila à hora do lanche. abastecemos de mais cerejas e de água do alardo na bica disponível. rodamos o castelo da vizinhança com amigos e voltamos de pés sujos e alma limpa.

12 de junho de 2019

montanha acima, ruído abaixo


à medida que cavalgamos a montanha, à medida que subíamos montanha acima, descia o silêncio neles corpo abaixo. dar-lhes caminho pacifica-os, regula-os, conecta-os. quanto mais os desconectamos mais se conectam. é ligá-los a estas fichas mais vezes. a bateria carrega sem gastar energia.

11 de junho de 2019

o nosso domo feito casulo de hibernação



enfiei-nos num domo onde nos apeteceu hibernar. quase vivemos em metamorfose acelerada depois da excitação inicial. do casulo enroscados, aninhados uns nos outros ao primeiro voo, qual bater de asas a sentir o vento e o céu encaixado na montanha numa primavera tardia e fresca. levem-me os anéis, os presentes de pérolas, as pedras preciosas, os diamantes. dispenso as malas, as peles e muitos gadgets. presenteiem-me com mais dias assim. só assim. com tempo para eles subirem o monte e descerem os decibéis. tão natural quanto a natureza que os envolveu. 

10 de junho de 2019

plano privado de leitura



às vezes quando temos espaço disponível, muito espaço disponível, físico, mental e temporal. aquele "vazio" que propicia expansão física e mental, aquele vazio que expande a imaginação, aquele vazio de rotinas que permite silêncio, condicionam-nos os pares. ainda não pago nem suborno para lerem mas quando o ambiente os condiciona imponho-lhes, como uma contorcionista, libertação. dou-lhes camufladamente a volta, seduzo, lanço-lhes literalmente azeite. chamem malabarismo ou vão mais longe e chamem manipulação quando os devia deixar andar. eles não sabem que se libertam quando lhes roubo um ecrã que alguém lhe põe na frente. nem sempre a envolvente colabora e não falo da envolvente ambiental que essa estes dias estava mesmo a pedi-las. às vezes já não consigo preparar bem as areias movediças como outrora, são muitos e um ainda exige a dança das colheres até à boca, mas a gente faz o que pode para que não queiram ser como os outros seja lá o que os outros forem. atirou-se assim a correr uma casca de banana e, atabalhoadamente e à pressa, muito descombinada com a envolvente que pedia aquele estar de uma preguiça a falar de forma pausada a arrastar sílabas para além da divisão silábica, mandei-os ir a correr apanhar as papoilas. já sabemos que não se dão fora da terra. que se desmaiam em três segundos. que não são de cativeiro. do cativeiro que queria que saíssem. varreram umas páginas a troco de no fim espalmarem pétalas e descobrirem uma mudança de cor com o tempo. esse tempo que quero que ganhem sempre que as letras se alinham em palavras.

4 de junho de 2019

as ferramentas dele



é pequenino a crescer numa casa cheia.

eu vista por mim

eu vista por mim
novembro1982