31 de outubro de 2018

desert dress code


absorver o espírito do lugar a cada latitude. uma e outra vez.

30 de outubro de 2018

ter atenborough´s em casa


sabíamos que seria o ponto alto da viagem o momento em que se sentariam no cume mais alto da bossa de um dromedário mas depois camaleões, macacos, serpentes também marcarão estes dias.

29 de outubro de 2018

entrar-nos o ocre olhos adentro

e os horizontes alargá-los olhos fora. mergulhamos numa overdose de estímulos até cansar a alma. não sei se se esquecem mesmo que se encostem sempre à direita das ruelas da medina. get lost. de contrário a medina não te disse nada.

27 de outubro de 2018

as pequenas e as grandes viagens



















vamos faltar à escola. vamos faltar à escola mas vamos mais para dentro dela. na escola trocam-se conhecimentos. nas viagens vivemos conhecimentos.  mergulhamos em conhecimentos. vivemos família. vamos faltar à escola mas vamos mais escola adentro ou escola afora. vamos perder aulas e ganhar mundo. voltaremos com as bagagens a transbordar. vamos faltar à escola e meter os pés e as mãos no mundo.

26 de outubro de 2018

fall or fly


preparei-me desde cedo para as quedas. foi a vida que lá me levou. ajudas-te-me a fazer-me aos voos. agora ando sempre de asas abertas. e o problema é que quero sempre ir e voltar.

23 de outubro de 2018

são sempre dias bons. mesmo assim.

queria fazer tudo como a buda coen, com o espírito zen nos píncaros. o mindfulness nas veias. lançar-lhes frases inspiradoras antes do escrutínio aprofundado de todos os tipo de textos não literários que o ajudei a estudar. lançar-lhes às feras do positivismo mesmo face a uma disciplina associada a uma professora fora do circuíto das suas preferências. conseguimos até recordar, na paz, tudo o que já deu a essa disciplina até aqui a um nível acima da média. trabalhamos assim a mudança da perspetiva derrotista a invadir-lhe o espírito. havia uma abelha aos saltos sempre feliz a zumbir, o nível no topo dos topos e um bebé a rebolar-se em mim desde as três da manhã o que me fazia transpirar cansaço e frustração. bolas, era um corpo erguido a fazer circunferências recheadas de chocolate desde as sete da manhã, a forrar lancheiras,a rechear mochilas, a coordenar vestimentas compatíveis com a metereologia e a lançar maté ria à fera mais mansa do pedaço. somos um vulcão em erupção a cada manhã, sinto-me um atirador furtivo a lançar procedimentos preventivos para a explosão. no fim, um caçula a gritar papeta até ao momento da distribuição e entregas. venho com esta lava ainda incandescente colada e a queimar-me o corpo, sinto os estilhaços no meio dos fios de cabelo. ainda não me recompus. tenho uma angústia no peito e uma mochila pesadíssima nas costas. ansiosa por pousar carga no chão na próxima semana. salamaleco. 


21 de outubro de 2018

poesia guardada na tua gaveta



a biblioteca é um céu onde se lêem estrelas
para pôr um buraco a voar tenho de chamar o sonho...
quando amanhecer ouviremos uma flor cantar...
o mar é um céu que veio à tona...
no sorriso do mar podes navegar...

18 de outubro de 2018

numero 2

este és tu cheio de cor. é o que és. focado, determinado, centrado, objetivo. basta-te saber com o que contas e é ver-te ir. finalmente demos-te o que sempre soube que pudesses querer sem saberes. uma única aula parece antever um sentido que tinha no peito. mas és o segundo na fase de abrir portas para te encaixar num mundo que agora tem três. da-mos cambalhotas todos os dias. mas havemos de vos dar o que poderão descobrir que queriam, a cada um, individualizando o mais possível ao que já vão sendo.

16 de outubro de 2018

à roda dos alimentos


chegou-me com o desafio de levar uma merenda saudável. lancei-lhe um sorriso contido por lhe colocar todos os dias na merenda fruta, tostas, wraps com sultanas e abacate ou qualquer coisa que inclua queijo. o que traduzindo não era nada de novo na nossa rotina. vincou que o concurso do dia da alimentação tinha uma condicionante que era comer a própria merenda. concluímos portanto que a fruta não fugiria muito da nossa rotina porque uvas são uma das fruta de eleição e a fruta da estação. incluímos cenoura crua por estar no seu top de preferências dos aperitivos e tostas com queijo por não termos cereais alternativos disponíveis. como tudo isto não era nada de novo decidimos avançar na apresentação e pusemos uma flauta a lançar vitamina A e um ouriço forrado de antioxidantes da época, tostas ET's recheadas de queijo e água porque este menino risca tudo o que for líquido embalado e repor água no organismo pareceu-nos sempre uma boa opção. simples assim.

notas soltas: a flauta segue a receita à risca mas tocar já é outro campeonato. ficou a intenção e o entusiasmo de uma família envolvida.

15 de outubro de 2018

imprimere

éramos para explorar tóssan mas mergulhamos na exposição seguinte e perdemo-nos ou prendemo-nos mais tempo nos 250 anos da imprensa nacional. eles reviveram o museu do papel e todos nos lamentámos não haver mais interactividade nas exposições. com a envolvência ganhamos todos em todas as frentes. passaram 5 anos e ainda há memórias incrivelmente presentes e isso deve-se sobretudo, cremos, ao envolvimento e à interactividade que uma exposição pode apresentar. 

14 de outubro de 2018

os jogos adormecidos

com a contaminação generalizada de meios audiovisuais e plataformas virtuais o conceito de jogo alterou-se profundamente e hoje os jogos de tabuleiro do final do século xxi ficaram nos armários mas um jogo de tabuleiro é uma ferramenta que pode ter muitas mais valias no convívio familiar. há partilha, exercitamos o respeito pela vez do outro, exercitamos a competição entre pessoas reais, conversamos, partilhamos e estamos. o mais importante de tudo estamos uns com os outros, verdadeiramente e de forma física. o mathtable é muito velhinho, saiu do baú e fossem quais fossem as contas que conseguimos saímos todos a ganhar, dividimos muito pouco, somamos e multiplicamos quase tudo.

13 de outubro de 2018

as nossas pernas para o ar

somos nós em todos os nossos bloqueios e desbloqueios, em todas as nossas superações e birras. somos nós a entregarmo-nos todos uns aos outros. somos nós em construção. para sempre em construção.

12 de outubro de 2018

o terceiro ângulo


às vezes pareces-me o vértice que faltava para passarmos para geometrias de níveis diferentes. às vezes pareces-me um vértice que não sabia que transformava uma linha numa figura geométrica. não sabia que ver-vos em mais quantidade me aumentava este enriquecimento geométrico. talvez soubesse mas não racionalizasse essa hipótese para planos concretos.

11 de outubro de 2018

a place that smell like home


entrou naquela oficina e sentiu o perfume do serrim invadir-lhe todas as entranhas . um odor que lhe fez vibrar todas as cordas lacrimais. respirou mais profundamente e confirmou mais uma vez que se tem de conter. que lhe faltam para sempre os dias, todos os dias, em que não teve aquele avô. que sente saudade dos dias que não teve. como imaginar dias que não existiram, não sabe. sabe que lhe farão para sempre falta dias que não existiram. esse vazio imaginado. essa riqueza perdida no tempo. às vezes, quando o perfume se lhe cruza o olfato volta a desejar entrar naquela oficina cheia de penumbras. imagina-se sentada no canto esquerdo da entrada cheia de sobras de madeira nas mãos e  mais qualquer coisa de que não se lembra porque não se lembra de lá ter nenhuma barriguita para brincar, nem tédio. deixava sempre o tédio na caixa textil. muitas vezes fez rodar o ferro do torno onde amiúde brincava porque o avô tinha receios que a menina estava rodeada de um batalhão de ferramentas e máquinas para níveis altos de lesão. uma vez a menina fez uma caixa, tinha dez anos e foi imediatamente antes de ter o acidente da sua vida. as idas ficaram meias suspensas nos anos que se seguiram e ninguém sabia que a caixa vazia no peito aumentava cheia de vazio até hoje. o cheiro do serrim é um pó mágico que lhe ativa uns brilhos na caixa vazia que traz no peito. e sabe que as memórias ficam lá num cantinho profundo do hardware. já tem mais 3 décadas em cima mas não escolhemos o que nos fica gravado mesmo que seja no conjunto vivido as mais pequeninas  rotinas que tenhamos usufruído.

9 de outubro de 2018

pés a caminho


gosto de meter os pés a caminho, de os arrastar comigo. connosco. mesmo que para isso eles nos arrastem a velocidades menos velozes. contagiá-los a explorar. a meter os pés na terra e ir. gosto de placas com localidades por explorar e de emaranhar pensamentos encadeados de onde descenderão alguns cantos do nosso mundo. às vezes colecciono sítios só porque sim.

8 de outubro de 2018

da terra


de vez em quando têm terra por todos os sentidos adentro. deixo-os limparem-se de terra. explorarem esse pó mágico cheio de vida. com os pés e com as mãos e com o que mais quiserem.

eu vista por mim

eu vista por mim
novembro1982