apetece hibernar, meter-me no nosso próprio casulo e acordar feito seda, leve, macia, delicada, revigorada depois de ter sido aconchegada por ti. posso ser eu em ti e não tu em mim? só por um bocadinho? e acordar mariposa, colorida e alegre para voar e te levar? posso acumular energias hibernada no verão e despertar no inverno para te aquecer? também há os que estivam no verão num estado que me agradava por ser menos profundo, permitia permanecer alerta parcial. a bem da verdade não preciso de acumular gorduras, não é a temperatura nem a falta de alimento que me motiva, mas cair num sono profundo sabia-me bem. é que me faltam as energias e arrasto-me constantemente desfalecida, o meu casulo está em mim e eu queria era estar nele.
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na minha primeira escola exploramos-lhe o ciclo e registamos-lhe o casulo. gosto do casulo mas esquecia a parte da lagarta embora seja verdadeira costureira da natureza. mas dada a delicadeza da exploração e da matéria só nos era permitido acompanhar com acompanhamento. já para a tradicional experiência do feijão, experiência sua antecessora, era mais simples, cada um controlava o seu copo de iogurte, o amolecer do seu algodão e o comprimento das suas raízes.
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na verdade o feijão fradinho é o único que me cai, em salada e com atum. há pouco tempo descobri que até engulo os que se associam à picanha e nadam no molho preto. é que perco-me em misturas e não os engulo sem elas.
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lembro-me ainda de um que o meteu no nariz que humidificado lhe criou raiz e penso se terá sido estória de educadoras cautelosas ou facto acontecido. mas que a estória entranhou lá isso entranhou. até hoje.
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imagem daqui
2 comentários:
Que achas de umas folhinhas de amoreira para o teu aniversário? Parabéns adiantados e beijinhos de alguém com nome de borboleta.
hiberna miúda!
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