gosto de pedalar mas pedalo pouco. já adoptei a bicicleta para me deslocar para um dos trabalhos por onde passei, pelo menos no tempo quente e na parte da tarde, que as manhãs são atarefadas a tentar despertar. 20 minutos a respirar ar de rio e ar de maresia. a deixá-lo bater-me na cara e sorrir por isso. a passar por um anjo, a dissecar a rua, a ver passar cidade, a desbravar caminhos pedonais, a terminar num speed para ultrapassar a inclinação da chegada, a chegar refrescada. na volta, estendia os minutos, saboreava o salgado e o doce do ar fresco que saltava das águas marginais. umas ao encontro de outras. depois substitui os 20 minutos de bicicleta por meia hora a atravessar cidades e a desafiar o trânsito. ganhei música nos meus ouvidos. prometi que assim que mudasse voltava ao ritual. não voltei mas podia voltar. condeno-me. agora, alterno cada vez menos 20 minutos a pé com boleias do carro dos outros. desregulei rotinas e só cumpri meia dúzia de viagens por ciclovias imaginárias.
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ele deixou-me o carro e "voou", acompanha a construção da "casa" para um pintor que as desenhou até à exaustão. sobe e desce os canudos rampeados a confirmar medidas que constroem espaço. eu, quando tal rebolo.
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