23 de agosto de 2010

30 meses


















A palavra autoridade tem origem no termo latino auctoritas que significa aumentar, ajudar a ser mais e melhor, fazer crescer, acrescentar. Não é, portanto um conceito assim tão mau como isso.
Admito que seja uma palavra malvista e sentida. Os portugueses até têm boas razões para isso. Importante é não confundirem autoridade com autoritarismo. Autoritarismo é prepotência. É diminuir o ser humano.

Não faz crescer a não ser frustração, a raiva, o ódio. Em relação às crianças que estão a aprender a crescer e todos os pais esperam que cresçam bem e com dignidade, autoridade deve ser entendida e praticada como um acto de amor. Quando se impõe um castigo, a criança tem que perceber que os pais estão a cuidar dela. A protege-la. Por esta e outras razões, os pais têm responsabilidade de não banalizar o castigo, não castigar por tudo e por nada e usar muito bom senso. O castigo não deve ser algo de pesado, que assuste ou traumatize a criança ao ponto de vista físico ou psíquico. A autoridade serve no fundo para fixar limites.

Um dos problemas que atravessa hoje a nossa sociedade é a incapacidade de educadores (pais e professores) em controlar positivamente as exigências e as condutas, essas sim, tantas vezes imbuídas de autoritarismo dos filhos. Todos os pais querem o melhor para os filhos. Todos os professores querem ter os melhores alunos.

É, portanto, necessário que desde que a criança nasce aprenda gradualmente e de forma bem entendida que tem direitos, mas também deveres. Explicar-lhe com paciência o que é explicável. Os pais não têm que justificar tudo. Muitas explicações e muitas justificações acabarão sempre por criar na criança a percepção de que os pais são mais “fracos” do que ela e com toda a naturalidade passam à fase seguinte. Exigem o impossível. Tornam-se ditadoras e impõem os seus caprichos. Às vezes chegam a ameaçar e mesmo concretizar as suas ameaças com violência. Até física!

D. Guilbert, autora de muitos estudos sobre esta problemática, concluiu: “A noção do permitido acompanhá-lo-á toda a vida; se deixarmos uma criança à mercê da sua vontade colocamo-la numa situação inviável tanto para os outros como para ela própria.”.

O que traz muita tranquilidade às crianças são as normas, as regras e os rituais. O modo como aplicamos tudo isto só tem que ser entendido pela criança como um acto de amor. E ela entende. Entende sobretudo que os pais são fortes mas são bons e nos momentos de aflição estarão sempre presentes. E ajudam.

(...)
Professor Dr. Octávio Cunha
Coordenador do Serviço de Pediatria/Neonatologia do HPBN
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acrescentaria as escolhas que devemos fazer por eles que os conduzirão a uma futura liberdade de escolha mais completa, informada e orientada! das férias trago três chupas na carteira dados com tanto carinho quanto ignorância.

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eu vista por mim

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novembro1982