21 de fevereiro de 2013

e viajou mais lá para dentro ou mais lá para fora?














levava algumas viagens na algibeira. de longa distância, vinte dias na índia profunda, um casamento pelo caminho, um quase interail, bombaim, aurangabad, amravati, goa, cochi e trivandrum. timor, tão especial, naquele dia vinte de maio corria 2002, com um regresso por bali. uma saltimbanco entre los angeles, las vegas e s francisco, completada mais tarde por nova iorque. todas as muitas ao brasil, duas destacadas, a incluir brasília e s. luis do maranhão. um méxico turista. depois do interregno das longas distâncias de novo brasil, duas crianças a enriquecer a viagem. áfrica guardada lá atrás no tempo e nas dobras das calças, cabo verde e tunis e histórias não esquecidas, mais de vinte anos de distância. um ano de suiça francesa, mais uns passeios, outro ano uma itália com cama grátis, muitas cidades, a algibeira do lado é quase a mesma. a europa mais perto, low costs, filho/filhos atrás, roma, londres, suiça outra vez. mais umas perdidas nas casas dos botões das camisas, amsterdam, roterdam, haia, paris, strasbourg, viena, bilbau, barcelona. umas quantas mais à porta a contar com as ilhas. e agora que tantos emigram e se revoltam justa ou injustamente com o seu país, esmiuçam todos os seus podres, lhe catam os cabelos brancos, loiros, negros e/ou espigados. catalogam diferenças mais ou menos bem sucedidas. voltava ela a pensar no espirito do lugar, na envolvência de um povo, de uma cultura, de uma abrangência nada palpável. na forma como se fala, como se anda, como se circula, como se mexe, no volume das coisas, nas cores, e em tantas tantas outras coisas muito menos insignificantes, absurdas, até mesmo bacocas. voltava ela a pensar que as queria assim, a todas as culturas, no seu lugar, lá onde pertencem, onde se encaixam, com cruzamentos aceites, alguma miscigenação, mas profundamente enraizadas em si mesmas. que portugal é isso tudo que dizeis mais justa ou injustamente mas sim é isso e mais esta porcaria que vai deixando muitos sem chão mas não queiram que seja outra coisa. ide ao brasil esperar pelo onibus à hora certa, à índia apanhar transportes e não ouvireis silêncio, ide a áfrica e levai perfume na ponta do nariz. não vos deixeis emaranhar nas suas envolvências, visitai o norte da europa como se estivésseis a sul do equador. 
o autocarro aqui não chega à hora e não é que a coisa não interesse mas ela aceita-a, é básica e aceita o seu país assim. no fundo, no essencial, apesar de tudo, não o quer diferente.

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eu vista por mim

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novembro1982