11 de dezembro de 2013

gerir conflitos e chamar o nadav






















uma mãe de volta de tachos. dois filhos de volta de cubos e paralelipípedos. aos cinco anos monta-se aos dois destrói-se. a tensão adensa-se. tira e põe destrói e monta, dá cá, não dou, é meu, não é teu. dois murros nas costas do pequeno com peças de madeira na mão. uma de duas hipóteses fisga o cérebro da mãe: ou soma gritos e multiplica agressividade ou inspira conta até três e ensina aos filhos o mesmo. objectos de discórdia subtraídos do local do confronto. deslocação da tropa para o tapete do quarto. momento de descompressão. início dos trabalhos de gestão de conflito. a mãe fala das hipóteses de reacção em momentos de conflito atira-as para o tapete e deixa filho grande pensar sobre elas. sabe que o jantar ficou sozinho mas continua muito blá blá blá e muito blé blé e mete guerras e armas reais, muros de berlim, gestão de conflitos grandes e pequenos, próximos e afastados. o mais recente. um colega da escola que lhe partiu dois brinquedos simplesmente por pensar que seriam do colega que não lhe cedeu um dos seus autocolantes. tudo atirado ali para o tapete. o fogão a cozinhar sozinho. voltamos. filho grande quase exemplar na paciência com as perturbações do irmão. desiste de lhe fazer castelos e muros e inicia a torre a dois com a mãe que se desdobra em manobras. filho pequeno também quer tirar peças e isso implica definitivamente que o jogo acabe. guardam-se cubos e distribuem-se colheres de sopa. amanhã o nadav passeia com filho grande para a escola.

2 comentários:

Carla R. disse...

Que bom que é, quando deixamos o resto do mundo à espera para fazermos o que é importante. ;)

umademim disse...

a casa desarrumada, brinquedos espalhados, as ementas muitas vezes básicas ou reaquecidas, peças de roupa fora do sítio e a mãe sentada no chão a ouvi-los a pedir tempo, mais tempo que é precioso o tempo...

eu vista por mim

eu vista por mim
novembro1982