22 de julho de 2018

os nossos pés pretos


fizemos de turistas mas não saímos de casa. lançámo-nos à nevralgia da sede de distrito como se fossemos sem destino nem planos para depois. um quinto de nós já lança humores inconstantes, outro quinto tem rotinas certinhas que convém manter constante, outro quinto balanceia feliz com o que vier à rede mas tropeça em mil distrações que lançam quatro quintos dos elementos a esboçar sorrisos contidos. um pé dentro de uma sapatilha nova, tudo enfiado dentro da água lamacenta da caldeira do único pinheiro que se mantém em diálogo com o cubo de betão da praça. foi o volte-face que nos faltava para que todas as quintas partes se alinhassem. bateram todas as ruas a sujar o pé. ligaram-se à terra e curtiram o pé sujo na cidade.

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eu vista por mim

eu vista por mim
novembro1982