30 de agosto de 2018

realizadora, argumentista e diretora de conteúdos



às vezes parece estar a ver um filme, um filme da sua própria vida mas como espectadora. um garante das suas próprias infâncias, um fornecedor de momentos felizes que prepara a cenografia e se senta a assistir depois a todos os atos mesmo que nos intervalos vá palco adentro dar orientações. às vezes era um motor de arranque, um programador a arrastar crias de guião em punho. há sempre muita frustração à mistura como nos dias que passávamos naquele pátio do nosso apartamento suiço. ficava numa espécie de plateia a ver-vos felizes e soltos, encharcados, muito provavelmente de vistas infinitas a saltarem na água do espelho de água do que me parecia a certa altura um saguão. às vezes arrastava-vos numa espécie de roteiro por equipamentos infantis de todos os quarteirões possíveis, para museus e para fora de muros no parque das traseiras, na fronteira com a alemanha. às vezes esticava a distância e metia-mo-nos no parque com animais e sombras e menos paredes. passaram quatro anos, este ano passamos muitos dias só a atravessar a rua mas sempre com a linha do horizonte a chamar o infinito.

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eu vista por mim

eu vista por mim
novembro1982