31 de julho de 2019

no miolo da vida



às vezes lê entrevistas ou historias de vidas cheias, com substancia e profundidade. é tão ordinária que acha que nunca ousaria vivê-las talvez porque farta de exposição sempre desejou a contra corrente, a estrada menos concorrida, a praia mais vazia. atrai-a os bilhetes de identidade como o da maria filomena, as entrevistas biográficas de gente cheia de conteúdo. às vezes esquece-se que tem aventuras e substânica que chegue para preencher uma milésima de conteúdo com substrato. a sua verdade não é a verdade daqueles com quem viveu enquanto floresceu. tem tanto mas tanto deles que todos os dias transbordam as diferenças que os separam. é um contra senso que cheio de sentido quanto a noite e o dia. é o contra senso, esse sentido que tem das coisas contrário às ideias de maioria mas que não ousa gritar nem viver porque, lá está, é ordinária e não extraordinária. básica, sem pejos e sem adornos. adora ir para poder voltar ao canto encolhido do lar onde nem sabe bem onde seja. deixa-se ir na corrente mas os seus olhos brilham na contra corrente. é o tolo do meio da ponte, o que ama o sim e o não e todos os antónimos que existem.

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eu vista por mim

eu vista por mim
novembro1982