13 de novembro de 2017

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deste uma volta ao sol mas ainda não arriscas dar um passo desapoiado para pisar a "lua". tens meia dúzia de dentes de fora e dois meio fora meio dentro. comes toda a fruta que te oferecem e desde cedo que a comes à dentada, para isso, são te indiferentes os dentes. adaptaste-te na perfeição às quatro horas e meia que passas fora, na creche, no infantário, na escola, ou o que lhe quiserem chamar. a mãe "impôs" transição e nas primeiras semanas em vez dos saltinhos de colo em colo atreveu-se a sentar-se no chão da sala por uns minutos, a paz com que a transição se fez fê-la regressar às horas laborais de uma forma incrivelmente diferente da que viveu há quase dez anos atrás. és mais próximo da fornada do teu irmão do meio, fisicamente falando. e também começaste cedo a gingar o corpo a cada som ordenado musicalmente, como ele. os momentos musicais na escola, mesmo para bebés muito pequenos, são momentos mesmo mesmo bons, isso vê-se. dispenso a vertente papparazzi mas isso agora também não interessa nada. gostas do momento do banho, levas com baldes pela cabeça abaixo, e mantivemos a redução de parafernália para bebés reduzida ao máximo. nada de tapetes de actividades, nada de andarilhos, parques e nem brinquedos para bebés. temos uma equipa maior a fazer controlo. como todos os bebés que gatinham livremente és o nosso aspirador e apanhas as miudezas mais inacreditáveis. adoras papel e podia chamar-te o incrível rapaz que comia livros . é aliás um objecto que te é incrivelmente familiar, neste momento, não ainda pelo conteúdo mas mais pela diversão em vê-los saltar todos da estante um a um. passaste para um quarto sozinho no momento em que deixaste de caber no primeiro berço que depois de esticado deixou de caber no quarto dos pais. são sempre questão práticas e pragmáticas que nos têm desta vez regido a parentalidade. esquecemos os livros, as orientações pediátricas e os mil textos sobre teorias à cerca da parentalidade, de como devem dormir os bebés, de como devem comer os bebés, de como devem arrotar os bebés. quanto ao dormir ainda estamos por descobrir em que momento te agarraste ao nosso nariz e ansiamos pelo dia em que nos deixes o nosso orgão olfactivo em paz. temos este mistério por desvendar, este, como aquele outro que se agarrava ao umbigo. o ano voou e nem demos por ela. ainda estava munida de sling a tiracolo, a acalmar cólicas fugazes e de duração curta enquanto, em equipa, os dois, adormecíamos os teus irmãos e já estamos aqui contigo em aplausos coordenados a cada vez que soltamos a melodia dos parabéns. somos meia dezena e és o nosso poema que veio fazer com que todas as estrofes rimem. 

1 comentário:

madrid disse...

Parabéns! Abreixos 😘

eu vista por mim

eu vista por mim
novembro1982