a um mês de completar os 365 dias partilhados, já lá vão 120 meses cultivados…
30 de março de 2007
29 de março de 2007
o quadrado
jogar ao quadrado apurava-nos o equilíbrio. o DIM atribuído às caixas de visita era à medida dos balanços que não se queriam nem muito curtos nem muito extensos porque a rotação de 90º tinha de ser apurada para não deixar fugir a linha. pés juntos, pé coxinho e pés cruzados eram a base das três primeiras voltas. as outras progrediam mais complexas com a composição das variantes. tínhamos um, mesmo à porta que ficou pior enquadrado quando esquartelaram o passeio. aliás, o alcatroamento nessa altura foi uma aventura pois não havia dia em que não levássemos piche para casa. o exercício de estabilidade fez-nos crescer mais ajuizadas mesmo com os contrabalanços da puberdade. e se voltássemos a jogar ao quadrado? era tão bom...
28 de março de 2007
27 de março de 2007
26 de março de 2007
ela
ela ficou mais adubada que eu mas é minha pequena. ela exigia-me explicações e eu não as sabia dar. ela veio sempre atrás e quis fechar a porta a intrusos. ela esperneia para tomar as decisões difíceis vacila sempre nos momentos da escolha, demora, repensa, vomita prós e contras, alimenta o se e o mas, recua, e, quando escolhe, continua a querer confirmar a escrita. foi assim quando saltou país fora e veio de lá entranhada de pasta. foi assim quando o projecto não era bem fazer projectos mas depois viu que havia mais e ficou. foi assim quando quis encaracolar os dias em mais um degrau acima. tem medo que lhe prendam os braços mas quer sentir sempre a mão. às vezes é amêndoa amarga que nos quer fazer a digestão. não lhe venço as palavras mas venço-lhe a atenção.
25 de março de 2007
24 de março de 2007
destempero ou incúria
sei que conseguia, pelo menos ou pelo mais, duas das coisas que para mim desejo e não queria esperar, só me atribuo incúria e, martirizo-me e, acrescento-me ansiedades desmedidas às já medidas existentes. não posso. negligencio-me. imponho-me providência.
espero que o despejo não acrescente desleixo…
espero que o despejo não acrescente desleixo…
majora

uma infância passada nos 80’s resulta numa herança de bons jogos majora, na falta do outro que também tivemos mas perdemos-lhe o rasto, isso e a muitas outras coisas, resiste este que lhe reinventamos as regras e me parece que nunca o consideramos jogo de jogar mas jogo de explorar. havia ainda a predilecção pela série la vie que religiosamente assistíamos. exercitávamos o cérebro e percebíamos como se encaixavam as articulações.
províncias


sempre tive especial atracção pelo país onde nasci. sabia-lhe as províncias de cor e, os trajes, tinha os de eleição. desde cedo me parece que tive o país na memória só não sei se de muito encaixar o puzzle. hoje sempre que tenho crianças em casa este é o predilecto mesmo dos mais pequenos, as peças grandes facilitam o manejo e as figuras por articularem cor e forma facilitam o encaixe. os maiores começam a situar lugares conhecidos. tanto mar que todos descobrem. ao contrário do que a amiga pensa, também gosto do mundo e de lhe espionar os cantos. vivi um ano mesmo no meio da europa, sem estar na europa. sinto que também pertenço um bocadinho a esse lugar, a esse e a muitos outros por onde passei de raspão mas, provavelmente, custar-me-ia abandonar em definitivo onde me sinto em casa. eu e tu sabemos que eu me contradigo e o caminho, esse, faz-se caminhando.
adenda: ah, e nada contra os espanhóis (que tu cismas eu ter) que até gosto bem dos filmes do almodôvar.
adenda: ah, e nada contra os espanhóis (que tu cismas eu ter) que até gosto bem dos filmes do almodôvar.
23 de março de 2007
passear as linhas
não é minha esta menina, é do mundo. porque elas não são nossas, as crianças e os filhos, nós é que somos delas. a mãe dela é mais dela eu só sou um bocadinho dela. somos atadas a elas e o desate é difícil. a menina faz meninas e acha que o cabelo delas é sempre revolto, como o dela. agita-se a ela e à caneta para o manifestar porque os cabelos são assim endiabrados e estão sempre à frente dos olhos. as meninas também estão sempre de avental. diz ela.
a M. é uma menina de 2003. continuo a vê-la crescer.
a M. é uma menina de 2003. continuo a vê-la crescer.
22 de março de 2007
estações

já entrados na primavera e com o tempo ainda a pregar partidas concluo que gosto das mudanças de estação. é que me revejo no quente e no frio e se pudesse andava sempre de havaianas e de chapéu de chuva. gosto na mesma medida de me estender ao sol e de me aninhar à lareira com um filme ao lado. de facto não gosto de usar guarda chuva mas destes meus objectos de eleição tenho mais pena que as obrigações laborais não me permitam ter sempre os pés calçados assim, os códigos sociais parecem reprovar. assim já aprovam? mas não são iguais? valham-me as incongruências da sociedade!
21 de março de 2007
ginástica mental
andei às voltas com dois ou três livros nos últimos tempos, assim como o mar enrola na areia e ninguém sabe o que ele diz. há muito que não devorava nenhum como este.
na pré adolescência devorei alguns biográficos, fiquei-lhes a dominar precocidades da infância, não minha mas dos biografados, pelo menos a este, este e este, e devorar é andar com um livro a reboque e tropeçar nas coisas por não se parar nem para cumprir rituais diários.
o natal trouxe-me dois a pedido fiz de conta que lia um, até que no Carnaval peguei no outro e devorei-o quase numa semana. agora que voltei a reentrar no primeiro concluo que há coisas que não se explicam e que a máquina precisa é de desenferrujar.
já só me apetece adormecer o relógio, acabar este, e retomar dois abandonados. é sempre bom desenferrujar as articulações físicas e mentais.
há aliás um bom reclame (talvez passe só na dois) sobre a (i)letracia, já consegui apanhar duas variantes que lembram que a esponja precisa sobretudo de absorver o máximo nos primeiros anos, depois é só dar-lhe corda.
Adenda: só que agora a outra é que era e há ainda outra mental que me espera
na pré adolescência devorei alguns biográficos, fiquei-lhes a dominar precocidades da infância, não minha mas dos biografados, pelo menos a este, este e este, e devorar é andar com um livro a reboque e tropeçar nas coisas por não se parar nem para cumprir rituais diários.
o natal trouxe-me dois a pedido fiz de conta que lia um, até que no Carnaval peguei no outro e devorei-o quase numa semana. agora que voltei a reentrar no primeiro concluo que há coisas que não se explicam e que a máquina precisa é de desenferrujar.
já só me apetece adormecer o relógio, acabar este, e retomar dois abandonados. é sempre bom desenferrujar as articulações físicas e mentais.
há aliás um bom reclame (talvez passe só na dois) sobre a (i)letracia, já consegui apanhar duas variantes que lembram que a esponja precisa sobretudo de absorver o máximo nos primeiros anos, depois é só dar-lhe corda.
Adenda: só que agora a outra é que era e há ainda outra mental que me espera
365 histórias de encantar
a pouca diferença de idade fez-me partilhar a infância e as principais e secundárias doenças nos anos 80.
muitas são as memórias dos dias de quarentena em que este era o livro eleito, julgo até ter extravasado as várias idades e os várias tipos de quarentena.
em convalescênça, com febre e/ou fraca mobilidade, as histórias curtas, uma para cada dia, algumas género lenga lenga que repetíamos à exaustão, eram as que mais se adaptavam aos curtos ritmados e espaçados momentos de boa disposição.
com o calendário para a frente e para trás parecia que o tempo era nosso e rapidamente passávamos do inverno ao verão entre o cumprir o calendário e obedecer ao tempo e idealizar épocas festivas desejadas.
passadas que estão praticamente duas décadas está velhinho e os desenhos não possuem o tom fluorescente do século XXI mas continua a deliciar-me como outrora.
19 de março de 2007
p de pai, p de papá
17 de março de 2007
16 de março de 2007
ainda a índia
contemporânea

gosto de me "mexer" mas depois de abandonar a dança na adolescência, não me reencontrei em mais nenhuma actividade física. nos últimos anos descobri contemporâneo para adultos, foi amor à primeira vista. para a minha sanidade mental imponho-me voltar. isso e comprar os bilhetes para ir ver pina bausch ao som de Prince, Caetano Veloso, Goldfrapp, Félix Laijko, Nana Vasconcelos, Bugge Wesseltoft, Amon Tobin, Mari Boine, Shirley Horn, Nina Simone, Lisa Ekdahl, Gerry Mulligan, Uhuhboo Project, Cinematic Orchestra, Gotan Project, Guem, Hughscore, Koop, Labradford, T.O.M. .
15 de março de 2007
das minhas heranças III
talvez nunca mais lá volte mas consigo continuar a seguir-lhe algumas pisadas por aqui.
em dois mil e dois foi tão especial que sinto os tais que trouxe como herança de mim para a descendência.
dos com que fiquei, este é o que mais gosto. tem um padrão provavelmente comum porque registei nesta foto vários timorenses que o escolheram para a comemoração do dia da independência.
para mim ele é multiusos e adapta-se na perfeição.
galão bordado
14 de março de 2007
ponto por ponto
arrasto já faz anos esta união de pontinhos mas continuo a acrescentar alguns de vez em quando e já comprei mais cores para colorir. é disso que preciso colorir os meus dias.
de um stock off por ai encontrou-me este presente. qual admiração e estranheza do vendedor que entusiasmado pela atracção exclusiva me sorriu e soltou um gritinho disfarçado para a colega cobradora. teria pensado ele que em tanta coisa para comprar havia alguém interessado num hand made que não é a preço de chines de esquina? pois, e veio da holanda "anne-claire petit"
de um stock off por ai encontrou-me este presente. qual admiração e estranheza do vendedor que entusiasmado pela atracção exclusiva me sorriu e soltou um gritinho disfarçado para a colega cobradora. teria pensado ele que em tanta coisa para comprar havia alguém interessado num hand made que não é a preço de chines de esquina? pois, e veio da holanda "anne-claire petit"
10 de março de 2007
9 de março de 2007
uma mesa não é só uma mesa
porque há sempre mais coisas a ver nas coisas
e porque ver também é pensar e porque aprender também é ensinar o outro lado das coisas, porque as coisas nunca têm um só lado e, finalmente porque os contrários também podem ser verdade: uma mesa não é só uma mesa ensina a rosa neste livro. bom fim de semana
7 de março de 2007
III gerações
há dois dias atrás aniversariaram duas meninas.
Uma, ex. directora da escola que me viu crescer entre os três e os dez anos. Da qual guardo ainda muitas memórias tão ou mais presentes do que algumas mais recentes. Mas, porque a vida prega partidas, hoje já não se encontram juntas, escola e directora, juntou-a outra escola à naturalidade com que transpira carinho a outros meninos.
Outra, com menos dez anos que eu mas já tão crescida que remou o seu destino (ironias) autónoma e de encontro às brincadeiras das crianças. Dela, guardo as tardes de brincadeira e as despedidas em choro com o adeus à janela porque o tempo tinha tempo.
Às duas parabéns. A brincadeira agora é com uma menina cuja empatia me faz brincar e recuperar lenga lengas e canções depositadas em mim desde esses tempos, ainda é uma menina bebé e gosto de a ver crescer. Três gerações de meninas onde me revisito em três décadas de vida.
5 de março de 2007
também vimos Robert Gober
4 de março de 2007
3 de março de 2007
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eu vista por mim

novembro1982