3 de julho de 2015

my boys


























inquieta a tranquilidade com que encaras tudo. só queres saber com que linhas te vais coser e é tudo. se terei aparelho nos dentes siga, se irei mudar de escola siga, se nessa escola vou ouvir em permanência outra língua siga. medes o tempo por cores como um dia medi. ontem com tantas conversas de cores expliquei-vos que iam ter a "sorte" de saltar uma cor. isso explica-vos melhor a dimensão do tempo. depois de confirmares a dimensão exacta do tempo voltaste ao teu silêncio processador inquietante. assim parece ser fácil demais e eu escondo as minhas angústias com algum profissionalismo. mas tu guardas, respondes pouco, acumulas, pareces sempre tranquilo quando te apanho a verbalizar uma explicação do futuro ao teu irmão pequeno é ai que confirmo e comprovo que as informações não têm caído baralhadas. estarei com atenção por isso mesmo.

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reages ao novo, sempre tiveste muitas certezas, não estou habituada a ter certezas e a viver sem s's. és resistente, insistente, persistente. difícil de manobrar. é comigo que mais te expandes na tua resiliência e me esgotas estratégias de gestão. parar a tua espiral de persistências é um desafio perturbador. dar luta, não dar luta, responder com carinho, cortar, calar, ameaçar, sossegar, respirar, compreender, negociar, tem dias que passamos por tudo, experimentamos tudo. e é o cansaço que te vence porque a desistência não entra no teu dicionário e mesmo depois de horas de sono o assunto não fica assim arrumado na gaveta.
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eu vista por mim

eu vista por mim
novembro1982