25 de março de 2020

QUARENTENA DÉCIMO TERCEIRO DIA
























ontem tentamos estruturar melhor os trabalhos. não correu mal. vamos cumprir os exercícios tradicionais mas cruzaremos com a introdução de novos paradigmas de estudo. somos capazes, nem todas as famílias o serão, aproveitemos as trocas de aprendizagens entre todos e entre as ferramentas disponíveis de saber, de cultura, de materiais, de criatividade e de tudo o mais que temos ao dispor. escola e família com oportunidade de se meterem na vida uma da outra como nunca e, numa família numerosa, um imperativo. os cumprimentos laborais andam no mesmo nível de toda a gestão e de todas as dimensões da vida. o tele trabalho fora de horas laborais. voltei aqui mas ainda não consegui voltar a uma série de outras coisas em que o eu esteja num outro nível. há mais eles, e os outros. a vida a acontecer e a mandar. há uma lista mental de ideias. um milhão de intenções mas domar meia dezena de seres vivos com vontades próprias e mil emoções à mistura é a mais exigente tarefa dos dias. ainda há chocolate, o mar parece um lago, o sol brilha, a vida lá fora suspensa como se o sol se tivesse apagado da pele. décimo quarto dia, permiti-mo-nos sair. muniram-se de bicicleta, skate e trotinete. a marginal tem fitas condicionar o estacionamento. esticaram-se na areia o sol deu-lhes alguns beijinhos na pele, não o suficiente para trazerem em vez de areia vitamina D. mas a areia é matéria moldável e o X parou a senti-la. a polícia interpelou-nos. as ordens são manter a circulação. não lhe dissemos que não tínhamos feito nenhuma saída há 14 dias nem para qualquer ida ao supermercado, temos o nosso próprio bunker onde repescamos munições. ainda há chocolate, o mar parece um lago, o sol brilha, a vida lá fora suspensa como se o sol se tivesse apagado da pele.

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eu vista por mim

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novembro1982